5 Grandes Incêndios em São Paulo (Parte 1)

Incendios São Paulo

5 Grandes Incêndios em São Paulo (Parte 1)

Contaremos a seguir um pouco de alguns incêndios que assolaram a cidade de São Paulo no passado. Um incêndio com vítimas ou não, sempre pode ser evitado se tomadas as medidas preventivas corretas. 15 Grandes Incêndios em São Paulo

1- Incêndio na Estação da Luz (1946)

Muito se fala sobre o incêndio que atingiu o Museu da Língua Portuguesa e fechou a Estação da Luz  por mais de 6 meses em dezembro de 2015, mas a muitos anos atrás, a própria estação foi destruída pelas chamas.

No dia 7 de Novembro de 1946, ficaria marcado o fim de uma era para esse incrível cartão postal paulista, para anos depois ter seu recomeço. O terrível incêndio começou por volta das 2 horas da manhã, se iniciando nos escritórios da SPR (São Paulo Railway) e em menos de uma hora toda a torre já estava dominada pelas chamas. Manuel Garrido, foi o primeiro a avistar o fogo enquanto esperava que as portas da estação fossem abertas para que pegasse o primeiro trem, imediatamente chamou o guarda para informa-lo sobre a intensa quantidade de fumaça vista de fora, enquanto Mansur Kalil ao notar que se tratava de um incêndio, corre para o acionador de alarme de incêndio para avisar o Corpo de Bombeiros.

Com muito material inflamável no local, em pouco mais de 15 minutos o velho edifício da Estação da Luz se tornou um imenso braseiro que iluminava São Paulo naquela madrugada. O vento que soprava forte naquele dia, junto com a falta de água contribuíram para que as chamas ganhassem força e atingisse o teto com facilidade, o telhado que era coberto de folhas metálicas, escorria uma chuva de metal incandescente que alimentaram o fogo nos andares inferiores.

A grande e famosa “Torre do Relógio” foi tomada pelas chamas e seu mecanismo parou em exatamente 4:10, 2 horas depois do início do incêndio, e só não foi pior pois a torre funcionou como uma espécie de “chaminé”, dispersando a fumaça e o calor. 15 Grandes Incêndios em São Paulo

Neste incêndio não houveram vítimas fatais, 5 bombeiros ficaram feridos no combate às chamas e um prejuízo enorme para o Governo Paulista.

Curiosidade: A empresa São Paulo Railway (SPR) fez o acordo de concessão em 1856, com duração de 90 anos. No dia 8 de Novembro de 1946, toda estrutura seria repassada para o Governo Federal, um dia depois do triste acontecimento.

2- Incêndio no Teatro Oficina (1966)

No dia 31 de Maio de 1966 o grandioso Teatro Oficina sofreu um grande e memoravel acidente, em menos de 1 hora o prédio foi tomado pelas chamas e a causa oficial do caso foi que o fogo teria começado devido a um curto-circuito no forro do telhado, revestido com folhas de Eucatex. 15 Grandes Incêndios em São Paulo

Na época o prédio já estava velho e com instalações de fácil combustão, acabou se tornando uma presa fácil das chamas. O telhado ruiu fragorosamente, escapando apenas os escritórios e camarins do teatro.

Não houve morte neste trágico acidente, apenas um funcionário ferido após tentar salvar um aparelho eletrônico e ser atingido na cabeça por ele. Recebeu queimaduras e foi logo tratado no Pronto Socorro Municipal.

A causa oficial do incêndio, segundo as autoridades, foi um curto-circuito, mas podemos encontrar diversas versões como que foi provocado por grupos paramilitares, ou por fumantes que ficaram sem espaço para jogar as “bitucas” e as cinzas para fora do teatro, ou até que foi uma empregada derretendo cera para encerar o chão e para não culpa-la, foi pedido que fosse colocada a causa como um curto-circuito.

3- Edifício Andraus (1972)

O ano era 1972, data que deixaria para sempre uma grande ferida na grande São Paulo. Incêndio que até então, foi considerado o maior e o mais fatal da história de São Paulo, aconteceu no Edifício Andraus, no dia 24 de Fevereiro.

Estava sendo comum a manhã daquele dia, assim como todos os outros o prédio comercial Andraus estava funcionando a todo vapor, não havia sinais de problemas até o momento. Uma sobrevivente conta que nos andares mais altos, ela só notou que algo estava acontecendo depois que viu uma grande nuvem de fumaça preta subindo ao lado do prédio e após ver uma movimentação no escritório, ela supôs que o edifício estava em chamas.

O incêndio começou por volta das 16:20, na conhecida “Casas Pirani” que ficava no terceiro andar, tudo começou com um curto-circuito nos cartazes de propaganda da loja, e que rapidamente se alastrou para os andares inferiores, para que em menos de 2 horas tomasse conta de todo o prédio. 15 Grandes Incêndios em São Paulo

O prédio contava com escadas de emergência mas foi totalmente inutilizada, as pessoas dos andares superiores tentavam descer enquanto as dos andares inferiores subiam para fugir das chamas, no fim todos tiveram que subir para o terraço do prédio. Por sorte, Andraus sugeriu a construção de um heliponto no topo do prédio pois era apaixonado por aviação e a ideia era fazer voos regulares entre os aeroportos de Congonhas e Viracopos. A ideia fracassou e não teve um pouso sequer durante anos, mas naquele dia do incêndio mais de 300 pessoas seriam resgatadas por vias aéreas devido à presença deste heliponto que foi o primeiro em toda a cidade de São Paulo.

O fogo foi controlado por volta das 23:45 e tragicamente 16 pessoas perderam a vida. 15 Grandes Incêndios em São Paulo

4- Edifício Joelma (1974)

1974 foi o ano que mudou para sempre a visão das autoridades quanto à segurança contra incêndios em estabelecimentos, 1 de Fevereiro foi o dia em que testemunhamos o maior e mais fatal incêndio em São Paulo.

Era uma manhã chuvosa, a rotina de trabalho no Edifício Joelma se iniciava como qualquer outro. O prédio era alugado pelo Banco Crefisul de Investimentos, que contava com mais de 700 empregados e ocupava 25 andares do prédio.

Por volta das 8:45 da manhã, um curto circuito em um dos aparelhos de ar-condicionado começou um pequeno incêndio no 12º andar, rapidamente o fogo se alastrou para as cortinas e para o carpete que seguia por todos os cômodos. O Joelma era uma bomba relógio, um grande edifício que negligenciou toda e qualquer regra de segurança predial, as escadas não eram preparadas para algum acidente assim, no terraço o telhado era composto por telhas, as salas eram repartidas por divisórias, móveis de madeira, cortinas de tecido e outros materiais inflamáveis e explosivos como botijões de gás em quase todos os andares, que contribuíram para que o fogo se alastrasse com imensa rapidez, tirando todas esperanças de alguém sair vivo de tal tragédia.

Em menos de 5 minutos a fumaça preta já cobria a visão de todos que tentavam escapar, em 15 minutos o prédio já estava todo em chamas, internamente a temperatura chegava a ultrapassar os 800ºC, pessoas que tentaram fugir pelos elevadores ficaram presas e morreram carbonizadas, o fogo em si não atingiu todo o prédio, algumas áreas se mantiveram livre das chamas, mas o calor e a fumaça eram tão intensos que a morte era uma certeza, se não queimado, seria asfixiado ou até por conta da temperatura elevada.

Os sobreviventes foram em busca de socorro no terraço do prédio onde muitos caíram ou não suportaram o calor, com o psicológico muito abalado pelo desespero e com um último estouro de adrenalina, saltaram do prédio em chamas na esperança de que um milagre os salvasse.

Muitas pessoas conseguiram escapar com vida desta tragédia, pelo telhado com a ajuda dos helicópteros, ou pelas janelas com a escada Magirus, foram divulgadas 191 mortes neste incêndio, e mais de 300 feridos, mas acredita-se que os números tenham sido muito maiores entre mortos e feridos.

“O incêndio existe, onde a prevenção falha” – Oswaldo Calfat

 

*Na semana seguinte ao acidente, a administração municipal propôs uma mudança radical na fiscalização dos prédios em construção, São Paulo teria então regras mais rígidas e detalhadas sobre a prevenção de tragédias como essa.

5- Edifício Grande Avenida (1981)

14 de Fevereiro de 1981, apenas 7 anos após o incêndio no Joelma que parou o Brasil e o mundo, o Edifício Grande Avenida, na Avenida Paulista, começa novamente a ser consumido pelas chamas.

Curiosamente mais uma vez no mês de Fevereiro, outro grande acidente assola a cidade de São Paulo, primeiro Andraus, depois o Joelma e por último o Grande Avenida. As chamas começaram por volta das 11:50 da manhã na sobreloja ocupada pelos escritórios da Toyobo do Brasil, com um curto-circuito na rede elétrica. A chegada dos bombeiros foi rápida, mas mais uma vez, faltou água para o combate às chamas, a tampa do hidrante mais próximo estava emperrada e os primeiros caminhões-pipa só chegaram uma hora depois do início do incêndio.

O prédio era ocupado por bancos e agências de turismo no térreo, escritórios nos seus andares superiores e pela antena de transmissão da TV Record no terraço.

Ainda com fortes lembranças dos acontecimentos no Edifício Joelma, na rua, as pessoas escreviam com cal no asfalto: Calma! Calma! Enquanto um bombeiro informava incansavelmente através do megafone para que todos dentro do prédio fossem para o terraço.

Explosões eram ouvidas a todo momento vindos do prédio, estilhaçando os vidros que o rodeavam. O prédio de 23 andares teve 20 deles consumidos pelo fogo, apenas os 3 últimos não ficaram completamente destruídos, a escada magirus só chegava até o 5º andar, então os bombeiros usaram o prédio vizinho para retirar de rapel as pessoas do risco de forma segura. 15 Grandes Incêndios em São Paulo

Este incêndio levou a óbito 17 pessoas e centenas ficaram feridas. 15 Grandes Incêndios em São Paulo

Em breve continuaremos a lista dos grandes incêndios na cidade de São Paulo até os dias atuais. Fique ligado!!

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